Monsters of Rock 2025: celebra 30 anos com festival histórico

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A cidade de São Paulo foi palco, neste sábado, 19 de abril, feriado de Páscoa, de mais uma edição histórica do Monsters of Rock, festival que celebrou 30 anos reunindo algumas das maiores lendas do rock e heavy metal mundial.


Para a edição de 2025, o lineup trouxe nomes consagrados como Stratovarius, Opeth, Queensrÿche, o retorno aguardado do Savatage, além da presença de Europe, e como headliners, os icônicos Judas Priest e Scorpions.

O Allianz Parque ficou pequeno diante da quantidade de fãs que chegaram cedo, demonstrando o entusiasmo e a devoção do público brasileiro ao gênero — mesmo para prestigiar a primeira apresentação do dia.


Stratovarius: virtuosismo e precisão na abertura

Os finlandeses do Stratovarius iniciaram os trabalhos com maestria. A formação atual conta com os veteranos Timo Kotipelto (vocal) e Jens Johansson (teclados), além dos talentosos Matias Kupiainen (guitarra), Lauri Porra (baixo) e Rolf Pilve (bateria). Apesar das mudanças, a banda manteve o alto nível técnico e trouxe à tona o virtuosismo que a consagrou no power metal mundial.

Encarando a responsabilidade de abrir o evento, o grupo soube equilibrar novidades e clássicos como “Forever Free”, “Speed of Light”, “Eternity” e a sempre empolgante “Black Diamond”. Em um show enxuto de cerca de uma hora, o Stratovarius impressionou pela força dos riffs e precisão sonora, mesmo deixando de fora hinos como “Visions” e “Season of Change”.


Opeth: complexidade e carisma conquistam o público

Se abrir o festival é uma missão desafiadora, para o Opeth a responsabilidade foi ainda maior. A sonoridade da banda sueca — uma mistura ousada de death metal, folk e rock progressivo — destoava dos estilos mais tradicionais do evento. Ainda assim, os suecos surpreenderam e conquistaram até os mais céticos.

Liderado pelo carismático Mikael Åkerfeldt, que assumiu os vocais e a guitarra, o grupo contou também com Peter Lindgren (guitarra), Johan de Farfalla (baixo) e Anders Nordin (bateria). Mikael esbanjou simpatia e humor, interagindo com o público de forma leve e envolvente — e quase se naturalizando brasileiro com seu carisma.

A apresentação, repleta de variações rítmicas e riffs intricados, conquistou muitos novos fãs. Ao final do show, a impressão era clara: o Opeth ganhou o respeito e a admiração de um público que, até então, talvez não estivesse preparado para sua proposta sonora.


Queensrÿche: peso e precisão em nova fase

O Queensrÿche retornou ao Brasil após mais de uma década, agora com Todd La Torre nos vocais — substituindo Geoff Tate, cuja saída gerou controvérsias. Mesmo assim, La Torre mostrou estar à altura, entregando uma performance vocal poderosa e fiel à essência da banda.

O setlist mesclou clássicos como “Queen of the Reich”, “Operation: Mindcrime”, “Eyes of a Stranger”, mas teve de deixar de fora faixas intensas como “Promised Land” e “Ain’t Nobody Listening”. A nova fase trouxe um som mais encorpado, com destaque para o peso do baixo e da bateria.

Completam a formação atual os guitarristas Michael Wilton e Mike Stone, o baixista Eddie Jackson e o baterista Casey Grillo. Juntos, provaram que o Queensrÿche continua relevante e com fôlego renovado.


Savatage: O retorno mais aguardado do festival

O Savatage foi, sem dúvida, uma das atrações mais esperadas da noite. Após mais de uma década longe dos palcos, o retorno da banda emocionou fãs e arrancou aplausos até mesmo de outros artistas presentes no festival.

Fundada pelos irmãos Jon e Criss Oliva, o Savatage passou por transformações após a trágica perda de Criss. Com Zak Stevens assumindo os vocais e um time de músicos de altíssimo nível — Chris Caffery e Al Pitrelli nas guitarras, Johnny Lee Middleton (baixo) e Jeff Plate (bateria) — a banda entregou um espetáculo memorável.

O show teve abertura com a pesada “Jesus Saves” e passou por hinos como “The Wake of Magellan”, “Gutter Ballet”, “Edge of Thorns” e “Hall of the Mountain King”. Um momento especialmente emocionante foi o dueto virtual com Jon Oliva em “Believe”, exibido em vídeo. O virtuosismo técnico, a teatralidade e a conexão emocional tornaram essa apresentação inesquecível.


Europe: sSimpatia e peso além dos hits

Alvo de piadas por ser associada apenas a dois grandes hits, o Europe mostrou que tem muito mais a oferecer. Com um show energético e pesado, os suecos surpreenderam quem esperava algo mais leve.

Joey Tempest conduziu o espetáculo com simpatia e carisma, interagindo com o público e mantendo a energia lá no alto. Ao lado de John Norum (guitarra), Mic Michaeli (teclados), John Levén (baixo) e Ian Haugland (bateria), o Europe entregou um set coeso e potente.

O show teve início com “One Broken Wing”, destacando o peso das guitarras. Os clássicos “Carrie” e “The Final Countdown” foram incluídos nos momentos certos, encerrando a apresentação com chave de ouro.


Judas Priest: A tradição e a reinvenção com Rob Halford

O Judas Priest subiu ao palco com o que há de mais simbólico no heavy metal. Sob iluminação temática com o logo da banda, Rob Halford e companhia começaram a apresentação com força total, abrindo com “Panic Attack”, faixa do novo álbum Invincible Shield.

Aos 72 anos, Halford impressionou com sua presença de palco e alternância vocal afiada. A formação atual, com Ian Hill (baixo), Andy Sneap e Richie Faulkner (guitarras) e Scott Travis (bateria), demonstrou entrosamento absoluto. Faulkner, inclusive, já é visto por muitos como um novo ícone da banda, com presença e técnica comparadas à de Zakk Wylde na era Ozzy.

O repertório contou com clássicos como “Turbo Lover”, “You’ve Got Another Thing Comin’”, “Breaking the Law”, “Hell Bent for Leather”, e o épico “Painkiller”, além das novas faixas “Crown of Horns” e “Invincible Shield”. O Judas Priest reafirmou seu legado, provando que é possível evoluir e continuar relevante mesmo após meio século de estrada.


Scorpions: As lendas do HardRock fecham a noite

Fechando a noite, o Scorpions voltou ao Brasil dois anos após abrir para o Kiss em 2023. A apresentação manteve a base do show anterior, mas ganhou novo fôlego com uma produção visual caprichada — incluindo um escorpião gigante no palco.

Com Klaus Meine (vocais) e Rudolf Schenker (guitarra) à frente, a banda alemã entregou seus clássicos mais aguardados: “Blackout”, “Still Loving You”, “Wind of Change”, “The Zoo” e “Rock You Like a Hurricane”.

A presença do baterista Mikkey Dee, mesmo após problemas de saúde, foi um destaque à parte. A performance foi sólida, emocional e pesadíssima ao vivo, encerrando a edição com chave de ouro.


Edição histórica

A edição de 2025 do Monsters of Rock foi, sem dúvida, uma das mais emblemáticas já realizadas no Brasil. Reunindo bandas lendárias e entregando apresentações memoráveis, o festival não apenas celebrou seus 30 anos, mas reafirmou a força do rock e do metal entre os fãs brasileiros.

Que venham mais edições — e que continuemos celebrando o som que atravessa gerações.

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Mendes Jr

Formado em design, amante de rock and heavy music, ávido consumidor de quadrinhos e cinéfilo.
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